
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) está a impulsionar soluções inovadoras para o desenvolvimento global, com a Cooperação Sul-Sul e Triangular (CSST) a desempenhar um papel central. Ao promover a solidariedade, o benefício mútuo e a autossuficiência entre as nações em desenvolvimento, a SSTC aborda desafios partilhados, como a superação de barreiras aos mercados de exportação agrícola. Um workshop recente em Naivasha, no Quénia, destacou o potencial desta abordagem ao reunir diversas partes interessadas para abordar os desafios da exportação, promover práticas sustentáveis e melhorar os meios de subsistência no setor da horticultura. Este workshop fez parte de um projeto mais vasto do SSTC que liga Madagáscar, Quénia e França. Está alinhada com os princípios de trabalho digno e desenvolvimento sustentável da OIT, aumentando a capacidade das pequenas e médias empresas (PME) e cooperativas de cumprir os padrões do mercado internacional. Aprendizagem Prática e Desenvolvimento de Capacidades O workshop apresentou aos participantes os objectivos do CSST e a sua integração na agenda mais ampla da OIT para o trabalho digno. As discussões abordaram a importância das convenções laborais fundamentais e das práticas comerciais responsáveis no fomento de sistemas de exportação éticos e sustentáveis. Um elemento de destaque foi uma visita de estudo à Panda Flowers, que proporcionou uma exposição prática às complexidades da cadeia de valor das flores. Os participantes observaram todo o processo — desde a plantação e colheita até ao armazenamento, processamento e embalagem para exportação. Esta experiência real destacou o papel crítico do controlo de qualidade para garantir a competitividade e a lealdade dos clientes nos mercados internacionais. A visita enfatizou ainda a aplicação de conhecimentos sobre saúde e segurança no trabalho, o diálogo social e o bem-estar dos trabalhadores. Os participantes examinaram questões como a sindicalização, a negociação colectiva e o cumprimento das normas laborais, que são vitais para a construção de um sector hortícola justo e sustentável. Lições e perceções de Madagáscar Os participantes do workshop manifestaram um grande interesse em aprender com a abordagem de Madagáscar aos desafios da exportação. As principais áreas de foco incluíram o diálogo social, a governação laboral e a formalização económica. A compreensão do ambiente de negócios, das políticas fiscais e das infraestruturas de Madagáscar — como os portos, as estradas e a eletricidade — foi destacada como particularmente valiosa. Espera-se que esta troca de conhecimentos inspire melhorias no sector da horticultura do Quénia, particularmente no aumento da protecção dos trabalhadores e na simplificação dos processos de exportação para cumprir as normas internacionais. Traçar um futuro colaborativo O workshop lançou as bases para a próxima fase do projecto, que inclui receber uma delegação de Madagáscar em Dezembro de 2024. As actividades planeadas incluem visitas a importantes explorações de horticultura no Quénia, como a Panda Flowers e exportadores de abacates e ervilhas. Naivasha, como centro de agricultura hortícola, foi proposta como um local ideal para estas trocas. Os participantes foram também orientados sobre a Declaração Tripartida de Princípios da OIT sobre Empresas Multinacionais e Política Social e as suas convenções fundamentais. Estas sessões realçaram a importância de incorporar os princípios de trabalho digno nas estratégias de exportação do Quénia. A colaboração entre as principais partes interessadas — abrangendo a mão-de-obra, a agricultura e a governação do condado — será fundamental para garantir o sucesso do projecto e melhorar a posição do Quénia nos mercados globais. Fortalecer as Parcerias para um Crescimento Inclusivo O workshop de Naivasha destacou o poder do SSTC na promoção de parcerias que transcendem fronteiras. Ao aproveitar as experiências de Madagáscar, abordar as barreiras partilhadas e desenvolver os pontos fortes do Quénia, a iniciativa visa transformar o sector da horticultura num modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo. À medida que o projecto avança, o foco nas práticas éticas, na melhoria do bem-estar dos trabalhadores e no cumprimento de rigorosos padrões de exportação não só fortalecerá a competitividade do Quénia, como também contribuirá para os objectivos mais amplos da Agenda 2030. Esta colaboração é uma prova do potencial transformador das parcerias na construção de um futuro resiliente e equitativo para as nações em desenvolvimento.